Afastados recorrem e governo teme não ter validade negociações feitas com eles

O presidente afastado do Sindicato dos Servidores Públicos de Ilhéus (Sinsepi), Luiz Cláudio Viana Machado, disse que vai recorrer da decisão da justiça, que afastou diversos membros da direção da entidade, alegando irregularidades no processo de escolha da nova diretoria. A informação será publicada nesta quinta-feira (18) no jornal impresso Diário de Ilhéus, único veículo que conseguiu ouvir o dirigente afastado. O jornal informa que Luiz Machado ainda não foi notificado da decisão da justiça mas já está tomando as providências para se garantir no comando do sindicato.

A Desembargadora Dalila Nascimento Andrade, do Tri­bunal Regional do Trabalho 5ª Região (TRT), relatora do recurso ordinário impetrado por Alexssandro de Aquino Melo, acatou por inteiro as interpelações contra a co­missão eleitoral do Sindicato dos Funcionários e Servido­res Públicos Municipais de Ilhéus (Sinsepi). Desta forma, julgou procedente ação de impugnação das candidaturas declarando inelegíveis os srs. Luís Cláudio Viana Machado (Lu), Jorge Lourenço Vieira Jacome, Edvaldo Xavier dos Santos, Geraldino Nascimen­to Rocha, Neilton Martins Neto, Silvan Silva Oliveira, Márcio da Silva Santos e De­raldino M. Damasceno.

Além disso, a Desembar­gadora também ordenou a realização de um novo pleito eleitoral num prazo máximo de trinta dias, mantendo, provisoriamente, a diretoria anterior na gestão, com ex­ceção dos réus, “a qual deve prestar contas, nos autos, e dar ciência, da gestão, ao Ministério Público do Tra­balho, até a eleição e posse dos novos membros.

A decisão da Desembar­gadora Dalila Andrade foi toda adotada devido a atual diretoria do Sinsepi, reeleita, não ter apresentado os ba­lanços e balancetes mensais para apreciação e votação da Assembléia Geral, “mas assim não procederam, o que os tornam inelegíveis.

Informações obtidas com exclusividade pelo Jornal Bahia Online garantem que o afastamento dos diretores também podem representar um novo imbróglio entre a administração de Ilhéus e os servidores da Prefeitura. Um fonte ligada à Procuradoria Jurídica da Prefeitura teme que, se confirmada a ilegalidade da eleição, todos os acordos firmados entre o governo e o Sinsepi estejam também ilegais. "Negociamos com esta representação. Mas se a eleição for cancelada, não negociamos com quem tem legalidade para representar os servidores", afirma a fonte.

No entanto, até agora o governo não se pronunciou a respeito do assunto. A greve dos servidores municipais, que sofrem com a falta de pagamento de salários, por enquanto, permanece, mesmo os atuais membros do Sinsepi estando afastados das funções.